Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Conheço tão bem o teu corpo!
Sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura,
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura.
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco.
Mário Cesariny
Em todas as ruas te perco
Conheço tão bem o teu corpo!
Sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura,
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura.
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco.
Mário Cesariny
8 Comments:
At quarta-feira, janeiro 03, 2007 9:46:00 da tarde, Anónimo said…
Tenho esperança? Não tenho.
Tenho esperança? Não tenho.
Tenho vontade de a ter?
Não sei. Ignoro a que venho,
Quero dormir e esquecer.
Se houvesse um bálsamo da alma,
Que a fizesse sossegar,
Cair numa qualquer calma
Em que, sem sequer pensar,
Pudesse ser toda a vida,
Pensar todo o pensamento -
Então [...]
At quinta-feira, janeiro 04, 2007 9:12:00 da manhã, Anónimo said…
De:
Fernando Pessoa
At quinta-feira, janeiro 04, 2007 12:29:00 da tarde, Anónimo said…
O MAIOR BEM
Este querer-te bem sem me quereres, Este sofrer por ti constantemente, Andar atrás de ti sem tu me veres Faria piedade a toda a gente.
Mesmo a beijar-me a tua boca mente... Quantos sangrentos beijos de mulheres Pousa na minha a tua boca ardente, E quanto engano nos seus vãos dizeres!...
Mas que me importa a mim que me não queiras, Se esta pena, esta dor, estas canseiras, Este mísero pungir, árduo e profundo,
Do teu frio desamor, dos teus desdéns, É, na vida, o mais alto dos meus bens? É tudo quanto eu tenho neste mundo?
Florbela Espanca
At quinta-feira, janeiro 04, 2007 7:38:00 da tarde, Anónimo said…
meu deus ... lool
At quinta-feira, janeiro 04, 2007 8:42:00 da tarde, abnoxia said…
LINDO!
At quinta-feira, janeiro 04, 2007 10:25:00 da tarde, americo5787 said…
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At quinta-feira, janeiro 04, 2007 11:39:00 da tarde, Anónimo said…
ODA AL VINO
VINO color de día,
vino color de noche,
vino con pies de púrpura
o sangre de topacio,
vino,
estrellado hijo
de la tierra,
vino, liso
como una espada de oro,
suave
como un desordenado terciopelo,
vino encaracolado
y suspendido,
amoroso,
marino,
nunca has cabido en una copa,
en un canto, en un hombre,
coral, gregario eres,
y cuando menos, mutuo.
A veces
te nutres de recuerdos
mortales,
en tu ola
vamos de tumba en tumba,
picapedrero de sepulcro helado,
y lloramos
lágrimas transitorias,
pero
tu hermoso
traje de primavera
es diferente,
el corazón sube a las ramas,
el viento mueve el día,
nada queda
dentro de tu alma inmóvil.
El vino
mueve la primavera,
crece como una planta la alegría,
caen muros,
peñascos,
se cierran los abismos,
nace el canto.
Oh tú, jarra de vino, en el desierto
con la sabrosa que amo,
dijo el viejo poeta.
Que el cántaro de vino
al beso del amor sume su beso.
Amor mio, de pronto
tu cadera
es la curva colmada
de la copa,
tu pecho es el racimo,
la luz del alcohol tu cabellera,
las uvas tus pezones,
tu ombligo sello puro
estampado en tu vientre de vasija,
y tu amor la cascada
de vino inextinguible,
la claridad que cae en mis sentidos,
el esplendor terrestre de la vida.
Pero no sólo amor,
beso quemante
o corazón quemado
eres, vino de vida,
sino
amistad de los seres, transparencia,
coro de disciplina,
abundancia de flores.
Amo sobre una mesa,
cuando se habla,
la luz de una botella
de inteligente vino.
Que lo beban,
que recuerden en cada
gota de oro
o copa de topacio
o cuchara de púrpura
que trabajó el otoño
hasta llenar de vino las vasijas
y aprenda el hombre oscuro,
en el ceremonial de su negocio,
a recordar la tierra y sus deberes,
a propagar el cántico del fruto.
Pablo Neruda
At sábado, janeiro 06, 2007 11:49:00 da manhã, Anónimo said…
Às vezes com a pessoa a quem amo
Às vezes com a pessoa a quem amo
Fico cheio de raiva
Por medo de estar só eu dando amor
Sem ser retribuído;
Agora eu penso que não pode haver amor
Sem retribuição, que a paga é certa
De uma forma ou de outra.
(Amei certa pessoa ardentemente
e meu amor não foi correspondido,
mas foi daí que tirei estes cantos.)
Walt Whitman
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