Digressão do CRAV a Quimper
Mais um passo para a internacionalização do Clube e da região
Entre os dias 17 e 20 de Maio, o CRAV realizou uma digressão a França, participando no Torneio Intercéltico, que, para além dos minhotos, incluía a equipa local de Quimper, dos irlandeses do Old Belvedere (Dublin) e dos espanhóis de Ourense.
Acerca do Torneio, trata-se de uma inciativa a realizar entre os quatro clubes participantes, com realização rotativa nos países envolvidos. Este evento, de cariz não apenas desportivo, pretende solidificar laços entre as associações, tendo em vista uma afinidade cultural que se pretende desenvolvida e consolidada. Para além da competição sénior, realizaram-se jogos noutros escalões, nomeadamente juvenis e femininos.
Juvenis: mais um passo na aprendizagem
Relativamente aos primeiros, a equipa do CRAV defrontou quatro conjuntos, sendo eles um misto da Cornualha francesa, onde cerca de metade dos atletas são do clube anfitrião; a equipa de Biarritz, cujos seniores saõ so campeões em título de França, o Vannes, clube da região com pergaminhos na modalidade, além dos galegos de Ourense.No que se refere ao desempenho dos jovens minhotos, foi evidente a diferença de nível entre as equipas. Com efeito, a inexperiência do conjunto arcuense, mais rodado na vertente de Rugby de 8, esteve na origem das suas derrotas, também elas explicáveis pela qualidade das equipas adversárias. No caso do Biarritz, que é toda constituída por futuros profissionais de Rugby, o desequilíbrio foi flagrante em relação aos restantes opositores, pelo que venceu categoricamente todos os jogos e o torneio. Para consolação dos arcuenses fica o facto de ter sido a única equipa a marcar-lhe pontos. No que toca ao Vannes e ao misto da Cornualha, respectivamente segundos e terceiros classificados, notou-se serem equipas com uma maior rotina de jogo e maiores automatismos entre sectores, venceram o CRAV por 12-0 e 17-5 respectivamente. No último jogo, disputado contra a equipa de Ourense, foi flagrante a maior envergadura física dos galegos que também eram consideravelmente mais velhos. Pese estes factos, a que se acresce o cansaço próprio do último jogo, o encontro foi bastante disputado com uma vitória tangencial dos espanhóis por 5-0. No final do torneio ficou a sensação de a equipa do CRAV ter largo futuro pelo empenho e potencial dos seus atletas que consegue disfarçar algumas insuficiências causadas pela menor rodagem da equipa no Rugby de 15.
Equipa feminina: a vantagem da técnica sobre a força
Para as atletas do CRAV estava apenas previsto um jogo de demonstração. O adversário escolhido pela organização foi a equipa de Clabennec, a militar na 2ª divisão francesa. Caracterizada pela grande envergadura física das suas jogadoras, esta equipa assentava numa base muito física do seu jogo, criando desequilíbrios em perfurações levadas a cabo por um gigantesco bloco avançado. A resposta do CRAV foi a oposta: apostou na qualidade técnica das suas executantes, abrindo o perímetro de jogo com circulações rápidas da oval. Para além disso, pouco havia a dizer sobre o jogo. O CRAV dizimou as adversárias com uns expressivos 38-0 (17-0 ao intervalo). “Aguentou” o impacto inicial das avançadas adversárias, procurando depois resolver o jogo nas pontas. Assim aconteceu na primeira parte, vendo-se na segunda que o conjunto francês não era capaz de suportar a velocidade imprimida ao jogo, não suportando as investidas da linha de três-quartos arcuense.
Seniores: vitória no torneio perdida por milímetros.
Relativamente à equipa senior do CRAV, as expectativas no torneio eram baixas. Tratava-se de uma equipa portuguesa entre franceses e irlandeses, o que fez com que, para os locais, o segundo lugar obtido no torneio fosse uma surpresa.Ño primeiro jogo, disputado contra o Old Belvedere, foi um dos melhores do torneio Foi um encontro de grande intensidade e emoção, em que as equipas deram o seu melhor, procurando sempre determinadamente a vitória. Os irlandeses apareceram no jogo de forma decidida, procurando explorar a envergadura e o poder físico do seu pack avançado. De forma algo surpreendente para o adversário, o CRAV respondeu na mesma moeda. Susteve logo de início o Old Belvedere, procurando conquistar terreno também em perfurações dos avançados. No entanto, os primeiros a marcar foram os irlandeses. Logo na primeira parte, conseguiram abrir uma brecha no adversário, marcando um ensaio não transformado. Na segunda parte, o jogo teve apenas um sentido. Os minhotos estavam decididos a recuperar a desvantagem, instalando-se no meio campo irlandês. Após uma grande insistência,. ao que os dublinenses respondiam com uma defesa estóica, a três minutos do fim o CRAV marcou um ensaio, também ele não concretizado, pelo que o jogo ficou empatado (5-5) até ao final.O segundo jogo, contra a equipa de Quimper, era decisivo para o evento. Com efeito, uma vitória dos franceses significaria a vitória no torneio, uma vez que venceram na véspera o Ourense (32-12) e o Old Belvedere (27-0). Assim, os bretões apresentaram-se de forma muito decidida em campo, apostando na conquista de bolas nos avançados e numa circulação rápida de bola nos três-quartos. Para os minhotos, as coisas não estavam fáceis. Seis dos habituais titulares não puderam ir a França, e havia lesões do jogo do dia anterior com o Old Belvedere. No entanto, o CRAV jogou de igual para igual sendo a primeira e única equipa a marcar ensaio. André Dias finalizou uma jogada de envolvimento, explorando da melhor forma uma brecha aberta pela defesa francesa, colocando o resultado ao intervalo em 5-0. Na segunda parte, o Quimper tomou conta do jogo, dominando as situações de posse de bola e remetendo o CRAV a uma postura mais defensiva. Não conseguindo marcar ensaios, conseguiu uma conversão de uma penalidade no início e no fim da segunda parte, vencendo tangencialmente por 6-5. Após a segunda conversão, faltavam dois minutos para o término do jogo, que foram insuficientes para os minhotos inverterem o resultado. No último encontro, em que o adversário foi o Ourense, o espectáculo foi menos intreressante. O cansaço era evidente nas duas equipas, que não copnseguiam ter a lucidez necessária para abrir espaços e marcar pontos. Após uma primeira parte confusa e embrulhada, os primeiros pontos surgiram a meio da segunda parte, com a marcação de um ensaio convertido que ditou o resultado final (7-0). A partir daí, o CRAV geriu o resultado, não tendo o Ourense mostrado argumentos capazes de virar o resultado.Com esta vitória, os arcuenses conquistaram o segundo lugar , ficando com o amargo de boca da derrota tangencial com o Quimper, por ter comprometido a conquista do torneio.Um balançoTerminado o torneio, o balanço foi positivo. As equipas estiveram em bom plano e dignificaram o Clube, Arcos de Valdevez e o País. Com exibições feitas de garra e empenho onde, sobretudo nos mais novos, foi visível uma franca progressão, o CRAV foi o único clube a participar nas três frentes do torneio (masculino, feminino e juvenil) mostrando que num canto do Alto Minho há um clube de Rugby que faz um trabalho sério. Sinal disso são os quatro troféus atribuídos: fair-play para os juvenis; vencedor para o feminino; melhor jogadora do torneio para Sara Lago; e o segundo lugar para os seniores.Em termos sociais, a satisfação é geral, pela boa organização do torneio e pelo ambiente de são convívio existente. Fica o desejo de participação numa próxima edição do Torneio, com local ainda a definir.
